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sábado, 5 de março de 2011

A PRODUÇÃO AGRÍCOLA

A agricultura e a pecuária surgiram há cerca de 10.000 anos. Até aquela época, os grupos humanos não conheciam as técnicas de cultivo nem sabiam domesticar os animais, e viviam da caça e da coleta. Quando havia um inverno rigoroso ou períodos de seca muito prolongados, as pessoas eram obrigadas a migrar para regiões onde as condições naturais estivessem mais propícias à obtenção de alimentos. Ou seja, os povos eram nômades.
Aos poucos foram se interessando por aumentar, em ema mesma área, a concentração de plantas que forneciam alimentos e a domesticar alguns animais, começando assim, a desenvolver a agricultura e a pecuária.
Quando as condições naturais eram favoráveis, a produção de alimentos gerava um excedente que podia ser armazenado. Com isso, os povos nômades permaneciam mais tempo num mesmo lugar e acabaram tornando-se sedentários.
O desenvolvimento da agricultura e da pecuária e o aumento na produção de alimentos permitiram a divisão de algumas tarefas: alguns plantavam, outros produziam, ferramentas, roupas e utensílios; alguns eram comerciantes, outros eram dirigentes, etc. Isso fez surgir os primeiros núcleos urbanos.
A agricultura e a pecuária surgiram mais ou menos na mesma época em vários lugares do planeta, sem que os primeiros povos tivessem contato entre si.
Ao longo da historia da humanidade, os agricultores sempre buscaram desenvolver novas técnicas que lhes proporcionassem maior produção e maior independência em relação às condições naturais. Assim, a utilização de animais para arar o solo, a construção de canais de irrigação e a invenção de equipamentos como o arado, enxadas, carroças, moinhos, etc. desenvolveram-se lentamente séculos afora.
Durante a Idade Média na Europa, uma inovação muito importante permitiu que as áreas agrícolas fossem utilizadas de forma ininterrupta: começou-se a fazer o revezamento dos produtos cultivados em pequenos intervalos de tempo.
Com esse revezamento, a nova planta repunha os nutrientes que o produto anterior havia retirado. Além de não deixar as terras paradas, improdutivas, essa nova técnica (hoje chamada rotação de culturas) permitiu que as áreas de criação de gado convivessem lado a lado com a agricultura.

Eustaquio de Sene - Trilhas da Geografia .

sexta-feira, 4 de março de 2011

Trabalho, Meio ambiente e Desenvolvimento Econômico

A degradação ambiental e a crise da sociedade do trabalho (Castel, 1998), e a conseqüente queda na qualidade de vida e aumento da exclusão/desigualdade social, estão a exigir no nosso entender uma discussão que aprofunde a articulação entre trabalho, meio ambiente e desenvolvimento econômico, pois se questiona até que ponto os recursos naturais e a humanidade suportarão o modelo hegemônico de produção, trabalho e consumo.
Em uma conjuntura perpassada por transformações econômicas, políticas, sociais, institucionais e culturais intensificam-se as crises socioambiental e do mundo do trabalho. Suas origens relacionam-se, por um lado, à desterritorialização da política, em que a soberania do Estado é colocada em xeque pelos padrões de internacionalização do processo decisório e de mundialização das atividades políticas, provocando a crise dos sistemas democráticos (Fiori, 1997) e, por outro, ao movimento crescente de desterritorialização de empresas e conglomerados industriais em direção àqueles países com oferta de condições operacionais favoráveis, ou seja, melhores preços da força de trabalho, economia de transportes e recursos de infra-estrutura, além de uma baixa preocupação em relação ao cumprimento das legislações trabalhista e ambiental. Esta mobilidade das empresas decorre das novas formas de organização da produção, que são muito mais flexíveis do que as baseadas no modelo fordista, pois permitem adaptações às flutuações das demandas de produtos e serviços e um aproveitamento melhor das vantagens comparativas em diferentes locais do mundo (Chesnais, 1996).
Observa-se uma crescente integração dos mercados, mudanças nas estratégias de políticas econômicas (do keynesianismo ao neoliberalismo) e transição do padrão da organização industrial taylorista- fordista para o da acumulação flexível (Harvey, 1996). O aprofundamento do processo de globalização econômica traz novas demandas e exigências às empresas que utilizam, como estratégias de busca de competitividade, o emprego maciço de novas tecnologias e de novas formas de organização da produção e do trabalho (Ianni, 1996).
As novas tecnologias, basicamente a microeletrônica, as biotecnologias e os novos materiais têm, como característica comum, sua aplicação universal, tanto no desenvolvimento de produtos, quanto na organização da produção. O uso das biotecnologias e dos novos materiais redefine a relação da produção industrial e agrícola e dos seres humanos com a natureza (Hein Apud Sobral, 1997), com implicações para o meio ambiente no local de trabalho, comunidades/sociedade e em escala planetária. Com as novas formas de gestão do trabalho no padrão da acumulação flexível surgem novas tendências em relação ao trabalho: este se torna mais abstrato, intelectualizado, autônomo, coletivo e complexo. Não somente nos setores onde vigoram os novos conceitos de produção, mas em toda a estrutura produtiva são demandadas novas qualificações e competências profissionais para os trabalhadores, dentre as quais incluem-se as relacionadas à temática ambiental (Deluiz, 1996; 2001).

Veja o texto na íntegra no site http://www.senac.br/BTS/302/boltec302b.htm
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